domingo, 11 de abril de 2010

Oprah Winfrey

"As pessoas não vão querer pisar em você, a menos que você se deite".Ouça o que Oprah Winfrey tem a dizer sobre os homens:

"-Se um homem quer você, nada pode mantê-lo longe.
-Se ele não te quer, nada pode faze-lo ficar.
-Pare de dar desculpas (de arranjar justificativas) para um homem e seu comportamento.-Permita que sua intuição (ou espírito) te proteja das mágoas.
-Pára de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer.
-Mais devagar é melhor. Nunca dedique sua vida a um homem antes que você encontre o que realmente te faz feliz.
-Se uma relação terminar porque o homem não te tratou como você merecia, "foda-se, mande pro inferno, esquece!", vocês não podem "ser amigos". Um amigo não destrataria outro amigo.
-Não conserte.-Se você sente que ele está te enrolando, provavelmente é porque ele está mesmo. Não continue (a relação) porque você acha que "ela vai melhorar"
-Você vai se chatear daqui um ano por continuar a relação quando as coisas ainda não estiverem melhores.
-A única pessoa que você pode controlar em uma relação é você mesma.
-Evite homens que têm um monte de filhos, e de um monte de mulheres diferentes. Ele não casou com elas quando elas ficaram grávidas, então, porque ele te trataria diferente?
-Sempre tenha seu próprio círculo de amizade, separadamente do dele.
-Coloque limites no modo como um homem te trata. Se algo te irritar, faça um escândalo.-Nunca deixe um homem saber de tudo. Mais tarde ele usará isso contra você.
-Você não pode mudar o comportamento de um homem. A mudança vem de dentro.-Nunca o deixe sentir que ele é mais importante que você... mesmo se ele tiver um maior grau de escolaridade ou um emprego melhor.
-Não o torne um semi-deus.
-Ele é um homem, nada além ou aquém disso.
-Nunca deixe um homem definir quem você é.
-Nunca pegue o homem de alguém emprestado.
-Se ele traiu alguém com você, ele te trairá.
-Um homem vai te tratar do jeito que você permita que ele te trate.
-Todos os homens NÃO são cachorros.
-Você não deve ser a única a fazer tudo... compromisso é uma via de mão dupla.
-Você precisa de tempo para se cuidar entre as relações. Não há nada mais precioso quanto viajar. Veja as suas questões antes de um novo relacionamento.
-Você nunca deve olhar para alguém sentindo que a pessoa irá te completar... uma relação consiste de dois indivíduos completos... Procure alguém que irá te complementar, não suplementar.
-Namorar é bacana. mesmo se ele não for o esperado Sr. Correto.
-Faça-o sentir falta de você algumas vezes... quando um homem sempre sabe que você está lá, e que você está sempre disponível para ele - ele se acha...
-Nunca se mude para a casa da mãe dele. Nunca seja cúmplice (co-assine) de um homem.
-Não se comprometa completamente com um homem que não te dá tudo o que você precisa. Mantenha-o em seu radar, mas conheça outros...
-Compartilhe isso com outras mulheres e homens (de modo que eles saibam). você fará alguém sorrir, outros repensarem sobre as escolhas, e outras mulheres se prepararem.
-Dizem que se gasta um minuto para encontrar alguém especial, uma hora para apreciar esse alguém, um dia para amá-lo e uma vida inteira para esquecê-lo.
-O medo de ficar sozinha faz que várias mulheres permaneçam em relações que são abusivas e lesivas.
-Você deve saber que você é a melhor coisa que pode acontecer para alguém e se um homem te destrata, é ele que vai perder uma coisa boa.
-Se ele ficou atraído por você à primeira vista, saiba que ele não foi o único.-Todos eles estão te olhando, então você tem várias opções. Faça a escolha certa. "

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Andanças pelo meu jardim

Saí para ver o mar e encontrei só areia
Corri para ver o sol, mas ele já tinha se posto
Foi então que voltei pra casa
E encontrei a felicidade me esperando na sala

Durante as caminhadas, nos lugares mais simples
Encontrei a alegria em forma de sorriso
Achei um olhar perdido no meio da multidão
Esperando que alguém fosse ao seu encontro

A estrada foi amiga e as estrelas conselheiras
Procurei as respostas certas
E pela primeira vez elas estavam no lugar esperado
Bem lá, onde ainda andava descalço.

Meus pés cansados, agora estavam confortáveis
Pararam de procurar o chão mais macio
Firmaram-se na pedra mais alta, da montanha mais verde
Lá de cima, os olhos perdidos encontraram seu ponto

No jardim entristecido, cuidei para não perder
E nos versos daquela canção traduzi o amor que nascia
Reguei com tanta paciência
Podei as dores, as mágoas, doenças
Que nem as folhas secas vão embora
Eu trabalhei

Fiz tudo, todo o meu destino
Eu dividi, ensinei de pouquinho
Gostar de si, ter esperança e persistência sempre
A minha herança pra você é uma flor
Um sino, uma canção, um sonho

Nenhuma arma ou uma pedra eu deixarei
A minha herança pra você é o amor
Capaz de fazê-lo tranqüilo, pleno
Reconhecendo no mundo o que há em si

E hoje nos lembramos sem nenhuma tristeza
Dos foras que a vida nos deu
Ela com certeza
Estava juntando você e eu

Achei você no meu jardim

sábado, 29 de agosto de 2009

A violência pelos olhos e arte de crianças e detentos

Por Bianca Lemos

Tratar a violência pela visão de quem convive com ela é um dos focos da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg). As mostras de fotografia do Sistema Penitenciário e de desenhos infantis retratam diferentes abordagens do tema. Crianças do ensino fundamental de várias instituições do País usam toda criatividade para expressar, por meio de lápis de cor e papel branco, o que é a violência no seu bairro e escola.


Para o policial rodoviário federal de Roraima Claudio Nemézio, as crianças estão adquirindo desde cedo a consciência da importância em se investir em segurança pública. “O assunto já faz parte do ambiente e do convívio escolar. Com os desenhos podemos ver desejo por cultura de paz, parece que elas já sentem falta disso”, afirmou.


Pelo outro lado, quem já optou pela violência e usa o meio em que vive (o presídio) para mostrar como é sobreviver em ambientes insalubres. Cinquenta detentos de cinco unidades penais utilizaram uma câmera descartável para registrar a visão do mundo interno das penitenciárias.
O repórter fotográfico paranaense, Jader da Rocha, acompanhou a abertura da mostra e ficou satisfeito com o resultado do material. Segundo ele, não importa o equipamento utilizado e sim o olhar e a sensibilidade de cada um. “É impressionante. Fiquei surpreso com as imagens, ainda mais por ser o meio em que eles vivem”, disse.


Crianças x Detentos
A idade dos pequenos artistas é 9 a 14 anos; dos fotógrafos amadores, de 20 a 40. E apesar de viverem em mundos diferentes os dois grupos retratam nas imagens os mesmos desejos: paz e liberdade.

Blog: uma ferramenta democrática para discutir segurança pública

Por Bianca Lemos

Com os avanços da tecnologia, a informação ganhou novas formas para atingir a sociedade, como a internet. E junto com a ela vieram os blogs, um meio de comunicação livre que se tornou um multiplicador de vozes e pensamentos. Em seu segundo dia de atividades, a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg) destacou a importância do uso dos diários eletrônicos para disseminar informações sobre segurança pública.


A oficina de blogueiros, ministrada por policiais, identificou as vantagens da ferramenta e ensinou passo a passo como os participantes podem montar suas páginas na Internet. O tenente da Policia Militar do Rio de Janeiro Alexandre de Sousa atualiza há três anos o blog “Diário de um PM”. O policial diz acreditar que essa foi a melhor maneira de formar uma rede de interessados em debater o assunto. “Conheci policiais blogueiros de outros estados que compartilham experiências e histórias, além de pessoas que gostam do tema e tem curiosidade”.


O aspirante a oficial da policia militar da Bahia Danillo Ferreira alimenta a página “Abordagem Policial” há dois anos. Para ele, ter um blog é contribuir para melhoria da corporação policial e a sociedade. “Quando coloco temas considerados tabus ou que ainda não foram discutidos, percebo que faltava apenas um empurrão, uma iniciativa para que todos falem e discutam o assunto. É uma revolução pessoal e de vanguarda para toda sociedade, principalmente dos policiais de qualquer corporação”.


Ferreira disse ainda que a oficina integra um marco histórico na segurança pública, junto com a Conseg. “Trazer essa discussão dos blogs é muito relevante, porque podemos dividir e trocar experiências com profissionais de vários locais, além de contribuir para Conferência”.
O policial goiano Robson Niedson ganhou visibilidade com duas páginas, a “Blogosfera Policial” e “Stive: mais que blogs policiais”. “Aprendi a dividir meus pensamentos e contribuir com outros blogueiros, isso me fez ganhar espaço e reconhecimento entre meus colegas de trabalho”.


Resultado da oficina: Representantes do projeto da Polícia Civil do Rio de Janeiro, “Papo de Responsa”, voltado para jovens do estado, saíram da oficina com conhecimento suficiente para montar o blog do programa. Um dos idealizadores do Papo de Reponsa, Roberto Chaves, acredita que o diário virtual vai contribuir para afastar ainda mais os jovens da criminalidade. “Nós falamos, mas aprendemos a ouvir e esse será um espaço mais flexível e aberto para saber o que nosso público está pensando, está querendo”.


Conheça alguns dos blogs citados na matéria
http://www.diariodeumpm.net/http://www.abordagempolicial.com/http://www.blogosferapolicial.com.br/http://www.stive.com.br/

aprendendo a aprender...

é isso aí pessoal, depois de muito tempo afastada, cá estou novamente, e numa ótima fase: aprendendo a aprender. É isso mesmo. Poucos sabem, mas quando me formei em jornalismo fui direto fazer assessoria de imprensa, em Brasília. Como a grande maioria, não passei pelas redações de jornais. Fui direto para o outro lado do balcão. A coisa boa, é que que me apaixonei por isso. Mas, hoje, exatamente nesse dia 29 de agosto - aniversário da minha irmã Bruna, por coincidência - me apaixonei pela cobertura jornalística. É "paulera", mas é bom.
Estou com a turma do Minitério da Justiça acompanhando a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), está uma maravilha. Pode ser que para alguns é chatice geral, mas estou adorando, aprendendo...

é isso, aprendi que todo dia é dia de aprender...hoje também.

p.s: Parabéns, maninha!!!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um excesso de tudo e mais um pouco.

Um castelo de R$ 25 milhões e a dobradinha Michel Temer e José Sarney no comando das atividades no Congresso Nacional talvez sejam as principais notícias do Brasil da última semana. Até mesmo o Big Brother Brasil 9 tem tomado grande parte dos programas de tv. Mas, nesse domingo foi a vez do Faustão conseguir prender alguns minutinhos de minha atenção. Li uma entrevista do diretor Daniel Filho, na Revista Isto É dessa semana e lá pelas tantas ele conta uma conversa que teve com a mãe enquanto assistia uma novela na extinta Rede Manchete. O comentário dela foi: "que novela ruim"; ele perguntou: "mas mãe, se é ruim por que a senhora ainda assisti?" Ela respondeu: "Quero ver até onde eles vão chegar". E, foi com esse pensamento que assisti o programa do Fausto Silva no último domingo (8). A personagem da vez era Suzana Viera. Sim, personagem, porque é dessa forma que ela se vê. Personagem/ vítima de uma história de horrores. Mas, se não bastasse a novela mexicana que se tornou toda história de amor dela com o ex-policial (e tantas coisas mais, além de ex-marido de Suzana Vieira), Marcelo Silva.

Estava assistindo um filme na tv por assinatura e resolvi sapear pelos canais da tv aberta (não me pergunte o motivo). SBT estava com o Gugu, que já não é mais o mesmo há anos, a Tv Record transmitia os argumentos do Deputado Edmar Moreira (DEM-MG) a respeito do seu patrimônio com 35 suítes e oito torres. Sim, sim, o castelo de R$ 25 milhões que falei no início. E na Globo, mais um circo de argumentos, dessa vez com uma das divãs da tv brasileira, tão aplaudida, tão querida e tão exposta nos últimos tempos ou até mesmo nos últimos anos. Não bastou as capas de revistas semanais e uma entrevista nas páginas amarelas da Veja, ela queria mais, muito mais e, lá estava ela, corte de cabelo novo, um vestido longo branco e uma emoção inundando o palco do programa. Quem prestou bastante atenção, podia ver as dançarinas enxugando as lágrimas ao fundo. Um excesso de "eu te amo Faustão", "eu te amo Renata Sorrah, Marília Pêra, Maitê Proença, etc, etc". Há tempo que não assistia o programa, mas achei que foi exagerado o bastante para fazer o mesmo que a mãe de Daniel Filho: "quero saber até onde eles vão com isso".

Assisti a entrevista toda. Não consigo descrever os excessos. Maitê Proença começou com um discurso muito legal, ela sabe usar as palavras, mas quando lembrou que foi filha de Susana numa novela e fez uma pergunta idiota para uma pessoa tão culta e inteligente como ela: "se chega um momento em que paramos de amar". Quando vi isso não acreditei. Pensei: "meu Deus, a produção do Faustão poderia ter preenchido esse tempo com coisa mais produtiva". Enfim, não cabe a mim o papel de produtora agora.

A questão é que entendi o motivo da ida dela: DESABAFO, DESESPERO em dizer: "estou bem, superei". Mas, não precisava disso tudo né? O colunista Márcio Alemão, de São Paulo, do Terra, disse uma coisa bem certa, um "festival de elogios seguido de lamúrias e auto-defesa no melhor estilo dramalhão mexicano de quinta categoria". Talvez se tivessem feito perguntas ao pessoal nas ruas, teria sido bem mais interessante do que a rasgação de seda entre as atrizes. Mas, alguém salvou, o pai de Susana, num discurso sincero disse coisas que só um pai mesmo para ouvir. Só que Susana queria mais, ela queria sair do programa com a visita do pai e ramalhetes de flores. Só que alguém tinha que contar pra ela que ali era o Domingão do Faustão e não a Porta da Esperança. Uma mulher tão inteligente, sabia que o pai não tinha ido, precisava repetir duas ou três vezes a mesma coisa?

TERAPIA – Não quero aqui entrar no mérito da terapia de Susana, porque sei que esse é um procedimento longo e muitas vezes doloroso para o paciente. Respeito. Entendo que ela precise do carinho do público, da aceitação das pessoas, mas poderia fazer isso de uma forma menos dramática. Ela no ensaio da escola de samba que vai sair no carnaval, estava bonita, alegre, simpática e é assim que gostamos de vê-la. Mas, ela sempre quer mais, muito mais. Também não é meu papel dizer que o que aconteceu é certo ou errado, mas o excesso de exposição dos fatos, da vida, da intimidade, me deixaram perplexa. Gosto do trabalho dela como atriz, mas seria bem mais interessante se o excesso viesse no palco, numa novela e no carnaval.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

De volta ao planeta dos gibis!!!


Desde que tenho uns 8 anos ou menos, não me lembro, conheço a Turma da Mônica, história em quadrinhos inventada por Maurício de Sousa. Pouco entendo desse mundo dos bonecos pintados nos gibis, o que sei é o que leio e li na infância e, confesso que os deixei de lado lá pelos 13 ou 14 anos. Hoje li as páginas amarelas da Revista Veja e quem está lá? O próprio Maurício de Sousa. Nunca tinha parado para ler nada sobre o criador da Mônica, Cebolinha, Cascão e do meu querido Chico Bento. Maurício não acredita na extinção dos gibis como não acredito na dos jornais impressos. O mundo mágico com que ele transforma questões simples do cotidiano continuará por muito tempo distraindo a mente dos pequenos e grandes que gostam de uma boa leitura, de boas histórias. E o cartunista provou que não parou no tempo e não corre o risco dele mesmo ser extinto. Há pouco tempo criou a Turma da Mônica Jovem, com histórias sobre namoro e beijo na boca. A Mônica de namorinho com o Cebolinha, que agora recebe o nome de Cebola e uma dentuça mais descolada, moderna e bonitinha.
Abaixo, um trecho da entrevista com essa pessoa que me surpreendeu quando conheci o primeiro gibi da Turma e agora, com uma entrevista simples, mas cheia de mensagens que quando bem interpretadas, nos levam a acreditar que o mundo seria um pouco mais justo se compreendêssemos a magia das histórias em quadrinhos e nossa própria vida, sem complicações.

Como explicar que os gibis da Mônica adolescente vendam o dobro dos da Mônica criança?
Em cinco décadas, uma mudança extraordinária aconteceu no nosso público. Se antes adolescentes de 14 anos ainda liam e gostavam dos meus gibis, hoje eles começam a deixar de lê-los aos 7. Aos poucos, passam a considerar a Turma da Mônica coisa de criança e a comprar mangás japoneses. Quando estão com 10 anos, já se assumem como jovens. São os pré-adolescentes, meninos e meninas com preocupações e vontades diferentes daquelas que havia quando a Mônica foi publicada pela primeira vez. A infância, portanto, encolheu. Há mais ou menos cinco anos, comecei a pensar em uma maneira de não perder esses leitores. Minha solução foi oferecer a eles um pouco do universo jovem, que até então era reservado aos mais velhos. Pegamos os tradicionais personagens da Turma da Mônica e os inserimos em histórias com uma boa dose de relacionamento. Eles agora protagonizam cenas de ciúme, sentem atração pelo outro sexo e ficam inseguros no grupo. Estão com os hormônios pipocando e não sabem o que fazer com isso. No quarto número, colocamos a Mônica beijando na boca o Cebolinha, agora chamado de Cebola. Deu supercerto. Crianças de 7 anos voaram para o mangá como abelhas no mel. Leem as histórias e se projetam nos nossos personagens. As meninas não veem a hora de ser como a Mônica jovem: descolada, bonitinha, moderninha.

Estamos perdendo anos preciosos da infância?
Essa melancolia que vejo em muitos adultos não faz sentido. Nada está sendo perdido. A questão é que tudo ficou mais intenso, condensado. A infância diminuiu em quantidade, mas ganhou em qualidade. As crianças de hoje aproveitam mais e melhor o tempo e se tornam cidadãs e se formam como ser humano antes do tempo. Logo, logo, será preciso adiantar as datas para que possam entrar mais cedo na faculdade. Elas fazem tudo ao mesmo tempo e não se queixam disso. Não têm preguiça. Meu filho Marcelinho, de 10 anos, está passando alguns dias em uma cidade pequena no interior da Bahia. Está adorando conviver com um monte de crianças com bagagem cultural diferente. Brinca na rua, nada no rio, anda de jegue e joga bola livremente. A qualidade dessa experiência pela qual ele está passando é fantástica. O Marcelo está fazendo as coisas que eu fiz quando era pequeno. Mas ele não precisa passar vários anos da vida fazendo isso. Pode ficar apenas dez dias. Quando voltar a São Paulo, retornará para as aulas de inglês e será novamente um dos campeões de xadrez da escola. Jogará videogame e assistirá à novela. Então essa experiência na Bahia se somará às outras. É uma vida vibrante. O Marcelo não é excepcional. Todas as crianças hoje o são, mesmo as que moram em bairros pobres e favelas.

O senhor foi criticado quando criou a Mônica jovem?
No Orkut, teve gente dizendo que eu apelei, que estava expondo as crianças a algo nocivo. Pura besteira. Os pequenos não entendem que uma roupa curta ou um decote têm algo a ver com sexualidade. Eles interpretam isso como algo fashion, colorido, quase uma mensagem gráfica. Outros disseram que eu devia estar sob efeito de alguma droga, que eu tinha matado a Mônica. Esquecem ou não percebem que nosso trabalho sempre tem a família como foco principal. Acontece que nas casas de hoje se pode conversar sobre tudo: sexo, drogas, violência. Se o pai não puxa esses assuntos, o filho de 5 anos faz isso por ele. É preciso parar de tratar as crianças como seres inferiores, sem senso crítico, sem experiência de vida. Tudo pode virar tema. Não é preciso censurar, apenas deve-se tomar cuidado para usar uma linguagem correta. Em 2004, decidimos que o Xaveco, amigo do Cebolinha e do Cascão, seria filho de pais separados. Ele passaria alguns dias com o pai e outros com a mãe, normalmente. Depois que publicamos a primeira história do Xaveco, nós nos sentamos e ficamos esperando os e-mails e cartas de reclamação. Não houve um único sequer. É um exemplo claro de como o mundo mudou.

O Menino Maluquinho, criação do cartunista Ziraldo, é filho de pais separados e vai fazer trinta anos em breve...
O Ziraldo avança mais do que eu. Tenho de ser mais cuidadoso. No estúdio, no parque de diversões e nos escritórios de apoio, temos 500 pessoas trabalhando. Ainda há os funcionários da gráfica e das empresas que fazem os brinquedos. É uma responsabilidade muito grande. Tem gente pedindo para eu criar um personagem gay. Esse tema ainda é muito novo. Mas eu sei que, no futuro, se essa tendência continuar, será natural ter um homossexual na Turma. No meu estúdio, digo que não devemos levantar uma bandeira e ir à frente de uma passeata. Devemos segurar a bandeira quando ela já está passando. Precisamos falar a língua do dia e da hora, mas tomando certos cuidados. Foi com essa fórmula que construí minha carreira.

O senhor já pensou em criar um personagem rebelde ou fazer histórias para adultos com mais realismo?
Confesso que não saberia fazer isso. Minhas histórias sempre têm uma preocupação, uma proposta de futuro. Tenho para com meus personagens uma atitude parecida com a que exerço com meus filhos. Às vezes, convoco um deles para um sermão, pedindo que se comporte melhor. Muita gente reclama que eu deveria mostrar coisas negativas, como miséria e fome. Também não é a nossa proposta. Durante a II Guerra, todos os personagens dos quadrinhos americanos foram para o campo de batalha. Todos menos o Ferdinando, do Al Capp. Quando perguntaram ao desenhista se o personagem era contra os Estados Unidos, Al Capp respondeu que o soldado que lia o jornal na trincheira não queria saber de guerra. Ele precisava, sim, é de algo gostoso, bucólico, que o fizesse lembrar que tinha um lugar para retornar quando o conflito acabasse. É essa, um pouco, a nossa ideia. Promovemos lazer, entretenimento e diversão. O resto, a criança encontra na televisão ou na esquina.

Chico Bento é um personagem rural em um país no qual a maior parte da população é urbana. O personagem ainda faz sentido?
Chico Bento não vai sumir, porque as pessoas estão retornando ao campo. Não querem viver em uma tapera, mas almejam um lugar com qualidade de vida, perto da natureza. É isso que o Chico representa. Se pudesse, eu me mudaria para Caçapava, onde tenho uma chácara. Nos últimos anos, expulsei meus roteiristas de São Paulo. Eles trabalham em Porto Alegre, Ribeirão Preto, Jundiaí, Florianópolis e me mandam material diariamente. A cada trinta ou quarenta dias, todos se reúnem para uma conversa. Também não acho que Chico Bento fale de um lugar totalmente utópico ou idílico. Há um monte de cidades povoadas por gente simples, singela como ele. Basta procurar. Na China, o Chico faz mais sucesso que qualquer outro personagem. Os chineses são um povo rural, com a cabeça no campo. Adoram o nosso caipira.

Com a internet, o celular e a preocupação com o consumo de papel, existe um futuro para os gibis?
O papel pintado ainda vai durar muito tempo. Há uma diferença gigantesca entre a atenção que as crianças dão ao que está no papel e a dedicada ao que aparece nos equipamentos modernos, como videogame e computador. Meu filho Maurício ouve música com três telas ligadas, joga videogame e estuda ao mesmo tempo. Para quem é mais velho parece estranho, mas as crianças de hoje conseguem fazer isso normalmente. Quando uma criança pega um gibi, contudo, ela se isola totalmente do mundo. Fica completamente mergulhada na história. Com isso, o gibi ou o livro ajudam os pequenos a se concentrar. O cérebro deles estabelece uma prioridade, o que é ótimo para o aprendizado e a memória. Se eles lerem gibis cinco minutos por dia, o papel nunca vai desaparecer.

Seu filho Marcelo foi sequestrado no ano passado. Como ele assimilou o que aconteceu?
Apesar de ter ficado quase vinte dias em cativeiro, o Marcelo não carregou nenhuma sequela. Um dos fatores para isso é que ele ficou o tempo todo com um irmão menor e a mãe, que brigou para ir junto. Graças à presença dela, o Marcelo nunca se sentiu totalmente ameaçado ou sem proteção. Isso bloqueou qualquer dano à cabeça dele. Outro fator importante foi que, dois dias depois do estouro do cativeiro, eu peguei meu filho, coloquei-o no avião e o levei para Boston, onde eu tinha uma palestra para fazer na Universidade Harvard. Foi uma viagem maravilhosa. Ele conheceu Nova York, jogou bola e assistiu a minha conferência. Foi uma das melhores coisas que fiz, porque com isso ele aprendeu que os momentos ruins são finitos. Depois, Marcelo juntou tudo o que viveu nesses dias agitados e cresceu um pouquinho mais. As coisas ruins, dramáticas, ficaram na cabeça dele como se houvesse cortinas tapando. Se eu o tivesse prendido em casa, contratado um monte de seguranças e o proibido de sair, apenas teria ampliado aquela experiência traumática. Como não fiz isso, a ferida cicatrizou.

A alta criminalidade nas cidades brasileiras impede as crianças de brincar na rua ou no campinho, como a Mônica e o Cebolinha. Chegou a hora de mudar o cenário das histórias?
Detesto me sentir refém em uma cidade como São Paulo. Fico triste quando ando no meu bairro e vejo que as casas viraram casamatas. Imóveis lindos estão completamente cercados por muros. Briguei muito comigo mesmo para aceitar blindar meu carro. Não queria fazer isso. Tenho ainda um Fusquinha amarelo que não é blindado. Quando o dirijo, o pessoal da empresa me chama de louco. Viver acuado é aceitar uma violência contra nós mesmos. É paradoxal. Evoluímos com tanta firmeza, criando tantas coisas para as crianças, e ao mesmo tempo mostramos tanta fraqueza diante da violência. São coisas que não batem. As crianças devem ter o direito de brincar na rua com segurança. Viajo muito por outros países e percebo que as pessoas não sentem essa tensão que vivemos aqui. Um dia temos de dar um jeito nessa situação.

O senhor tem dez filhos com quatro mulheres, onze netos e um bisneto. Como se lida com uma família tão numerosa?
Ninguém pode pensar hoje que casou por toda a vida. As crianças perceberam isso. Pela minha experiência, quando os pais resolvem bem a situação entre eles, os pequenos não estão nem aí. São fortes, adaptam-se. Mesmo se porventura levam uma pancada, recobram-se e voltam ao normal. Quando meus filhos se juntam, são irmãos do mesmo jeito. Claro que às vezes um deles pode ficar com ciúme. É inevitável. Mas dá para contornar. Hoje somos um núcleo familiar em que há hierarquia e disciplina. Há inúmeros casos como o meu. Ao atravessarem essas mudanças, as crianças de hoje em dia ganham muito em autoestima. Aprendem que são capazes de resistir às mudanças e até de ensinar lições aos pais.