"Ah, tudo bem, cada cidade tem suas peculiaridades, não generalize tanto as diferenças culturais".
Fevereiro, calor e chuva. Quando ouvi o barulho da turbina do avião pensei: “Tudo ou nada, agora ou nunca”. Pensamentos borbulhavam na minha mente e meu coração parecia sair pela boca. Não me lembro quem estava sentado ao meu lado, muito menos à roupa que estava. A única lembrança que tenho é a ansiedade que me consumia. Não posso me esquecer do cheiro da chuva em São Paulo e nem do abraço da minha mãe.
O ano era 2007 e acabava de pousar no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. A partir daquele momento estaria iniciando uma nova fase na minha vida. Recém formada, primeira vez que deixava a casa de minha mãe para cuidar da minha. Não sabia como iria ser, tinha apenas uma certeza: “era o momento de renovar”. Aos poucos fui me instalando. A casa toda se resumia a um único cômodo, porém o melhor lugar para estar naquela cidade nova, vida nova e o que me mais assustava: trabalho e amigos novos.
Pensava diariamente que queria mais, muito mais. Queria alcançar todos os objetivos ao mesmo tempo. Saber tudo sobre todas as coisas, ser a melhor na profissão que havia escolhido. A profissão de contador de histórias. Como todo começo é difícil, também passei por maus bocados e não foi fácil. Mas, a única coisa que não passava pela mente era “desistir”. A conquista diária por um espaço, a corrida maluca para conseguir chegar onde queria e a dedicação por querer ser a melhor entre todas as coisas.
Um ano passou, muitas mudanças, acontecimento e claro, conquistas. Foram e continuam sendo muitas. Mas, uma coisa ainda não foi possível. Acostumar com o estilo britânico da capital do Brasil. Pessoas são diferentes, valores então, nem se fala. É preciso adaptar-se. É preciso mais. É preciso viver, é preciso saber que tudo é diferente, mas que também vale a pena.
Vale a pena caminhar pelo parque, passar pela terceira ponte e comer lanche nas entre - quadras. Aqui também tem chopp gelado, tem festa, tem música, tem churrasco. Tem calor pela manhã, frio quando volta pra casa.
Mas, ainda falta. Falta espaço, sobra tempo, falta gente, sobra saudade, falta lugar, sobra verdade.
Um lugar para ficar enquanto precisa!!!
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